Iconofonismo
Desde há 18 anos que tenho trabalhado com Coros Comunitários, ou Coros constituídos por pessoas provenientes de grupos sociais distintos e que se reúnem no contexto de um projeto com características específicas e delimitadas por orientações de carácter socio-cultural. Em todos os projetos que abracei deparei-me sempre com questões várias que implicam no funcionamento desses projetos, nomeadamente sobre a estrutura organizativa, características do grupo (número de participantes, género, idade, educação/formação, experiência artística, experiência vocal/musical desses mesmos participantes, grupo social e relações com a sociedade), características do projeto (proposta artística, proposta social, objectivos artísticos e sociais, calendarização e metas). Perante estas questões que nos vários processos foram surgindo e ficando cada vez mais sedimentadas, sistematizadas e implicadas no meu método de trabalho, encontrei mecanismos e métodos que proporcionaram soluções e resultados para as diferentes dificuldades implícitas a projetos desta natureza. Foi assim que, no seio deste trabalho, surgiram os exercícios iconofónicos.
O que é o iconofonismo?
No campo da semiologia e semiótica um ícone é um signo visual que representa outro objeto por ser semelhante a ele. Graças a essa relação de semelhança, o ícone pode substituir a coisa que representa. Assim, o exercício iconofónico, no contexto da música vocal e coral, é um signo sonoro, ou conjunto de signos, que representa outro objecto semelhante a ele, neste caso o coro comunitário em que se concretiza o exercício iconofónico.
O exercício iconofónico reúne em si constituintes linguísticos, sonoros, musicais, sociais e lúdicos familiares e identificáveis pelo grupo em que se gera. É, primeiramente, a assemblage desses constituintes reunida, explorada e criada pelo criativo responsável pela orientação do grupo. Como exercício é usado num primeiro contacto com o grupo e num curto espaço de tempo. Como obra constitui uma linguagem interdisciplinar que para além das sinestesias inerentes ao processo, assume também um papel interventivo no espaço, o que faz dela um ato cénico, também. Pela inerente energia do desejo de uma assemblage e consequente criação, gera novas assemblages. Constitui um mecanismo para fruição das capacidades particulares de cada indivíduo e do colectivo assim como para a apropriação de competências necessárias à concretização de novos desafios artísticos, que podem passar pela interpretação de obras de maior complexidade musical e/ou cénica.
Os exercícios iconofónicos são, atendendo ao princípio da pluri-isotopia ou da plurissignificação, objetos semióticos, construídos intencionalmente para promover múltiplas interpretações, leituras, vivências e sensações.
Analiticamente, os exercícios iconofónicos apresentam as seguintes características:
O que é o iconofonismo?
No campo da semiologia e semiótica um ícone é um signo visual que representa outro objeto por ser semelhante a ele. Graças a essa relação de semelhança, o ícone pode substituir a coisa que representa. Assim, o exercício iconofónico, no contexto da música vocal e coral, é um signo sonoro, ou conjunto de signos, que representa outro objecto semelhante a ele, neste caso o coro comunitário em que se concretiza o exercício iconofónico.
O exercício iconofónico reúne em si constituintes linguísticos, sonoros, musicais, sociais e lúdicos familiares e identificáveis pelo grupo em que se gera. É, primeiramente, a assemblage desses constituintes reunida, explorada e criada pelo criativo responsável pela orientação do grupo. Como exercício é usado num primeiro contacto com o grupo e num curto espaço de tempo. Como obra constitui uma linguagem interdisciplinar que para além das sinestesias inerentes ao processo, assume também um papel interventivo no espaço, o que faz dela um ato cénico, também. Pela inerente energia do desejo de uma assemblage e consequente criação, gera novas assemblages. Constitui um mecanismo para fruição das capacidades particulares de cada indivíduo e do colectivo assim como para a apropriação de competências necessárias à concretização de novos desafios artísticos, que podem passar pela interpretação de obras de maior complexidade musical e/ou cénica.
Os exercícios iconofónicos são, atendendo ao princípio da pluri-isotopia ou da plurissignificação, objetos semióticos, construídos intencionalmente para promover múltiplas interpretações, leituras, vivências e sensações.
Analiticamente, os exercícios iconofónicos apresentam as seguintes características:
- Estrutura e frases pequenas
- Independência de vozes
- Assemblage livre
- Independência de vozes
- Exercícios de rápida memorização
- Âmbito vocal adaptável
- Possibilidade de fácil transposição
- Constituído por quatro ou mais vozes com características dispares
- Polifonia
- Sonoridades lúdicas
- Voz falada
- Exploração de timbres vocais
- Exploração de ritmos (incluindo percussão corporal)